
Como uma etiquetagem eficiente pode melhorar a segurança elétrica
Anualmente, registam-se à volta de 3,1 milhões de acidentes de trabalho na União Europeia, dos quais 3.000 têm frequentemente um mau resultado.
O índice de acidentes mortais provocados por eletrocussão[1] é 30 vezes superior ao dos que não têm nada a ver com acidentes elétricos[2], o que levou o Parlamento Europeu a dar especial atenção à segurança elétrica e à prevenção de acidentes provocados por falhas elétricas no local de trabalho.
A Comissão Europeia já colocou em marcha a Visão Zero, uma iniciativa para eliminar a mortalidade no trabalho, consciencializando ainda mais os colaboradores sobre os riscos que provocam os acidentes e as lesões nos postos de trabalho[3]. No entanto, no caso do setor elétrico, a tentativa de descentralizar os processos e os trabalhadores em equipas mais pequenas e dispersas gerou problemas na hora de alertar os colaboradores sobre os riscos elétricos[4].
Uma das consequências desta situação é uma menor consciencialização e cultura relativamente à Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e uma menor disponibilidade de recursos para gerir a sua aplicação. Além disso, a comunicação e a aplicação das boas práticas do SST torna-se difícil no caso de equipas mais dispersas. Mas não são só os eletricistas que estão em perigo4.
Compreender os perigos da eletricidade
Na UE, um elevado índice dos acidentes elétricos acontece com profissionais que não se dedicam à área da eletricidade. De facto, vários estudos demonstraram que a maioria das mortes por acidentes elétricos se dá em trabalhadores que desempenham atividades não relacionadas com trabalhos elétricos específicos[5], um dado que nos surpreende. A atual legislação em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho exige que a informação e formação sobre os riscos elétricos apenas seja obrigatória quando os colaboradores são eletricistas, pelo que os restantes trabalhadores (manutenção, informáticos, instaladores de equipamentos, etc.), apenas recebem formação sobre os riscos elétricos5 existentes.
Por isso, cada vez é mais necessário recorrer a uma etiquetagem precisa e garantir que a informação no local seja o mais visível possível, com o objetivo de ressaltar os riscos elétricos e evitar que se cometam erros perigosos.
Evitar os erros humanos
Diferentes investigações demonstraram que os erros humanos em matéria de segurança elétrica têm um papel importante nos acidentes5, já que 80% dos acidentes elétricos se devem a fatores humanos[6].
A maioria dos acidentes elétricos acontece por dois motivos. O primeiro é quando os colaboradores que trabalham com um equipamento acreditam que estes não funcionam ou não estão conectados, quando na realidade não é verdade. O segundo está relacionado com os utilizadores que manuseiam equipamentos que estão conectados, mas não apresentam a informação adequada ou não tomam as devidas precauções para os manusear6.
A falta de consciencialização e de sinalização também é um fator que influência a capacidade que têm os colaboradores para perceber os riscos[7]. Como podemos então garantir que a informação em matéria de segurança necessária está suficientemente visível para os colaboradores com o objetivo de evitar riscos elétricos?
O que é a segurança elétrica e porque é tão importante?
A Diretiva sobre Segurança e Saúde no Trabalho da UE estabelece que os responsáveis das empresas são obrigados por lei a avaliar todos os riscos existentes para a saúde e segurança dos trabalhadores e a adotar as medidas oportunas de prevenção e proteção. Isto inclui os riscos derivados da utilização de equipamentos e instalações elétricas[8].
A Diretiva diz que, para evitar qualquer problema e combater os riscos elétricos, os managers devem dar as “instruções adequadas” aos trabalhadores, aplicar medidas que aumentem o nível de proteção e integrá-las nas atividades que realizam os colaboradores.
Outras diretivas estabelecem que os responsáveis têm a obrigação legal de garantir que os locais de trabalho cumprem os requisitos mínimos do SST no que diz respeito às instalações elétricas[9] e que devem colocar sinais de alerta claros e visíveis nas zonas de perigo[10].
A norma da UE especifica que a eficácia de qualquer sinal ou etiqueta não se deveria ver afetada negativamente por um mau desenho, uma colocação incorreta ou uma má conservação. Por isso, para garantir a sua eficácia é importante que as sinaléticas e etiquetas se mantenham em perfeito estado, sejam revistas periodicamente, sejam reparadas ou inclusivamente substituídas, se necessário10.
Uma etiquetagem profissional aumenta a segurança elétrica
Uma forma simples de garantir que as instruções pertinentes que se colocam “na origem” são claras e evitar assim qualquer risco, é identificar de forma precisa os cabos e os equipamentos elétricos. As etiquetas escritas à mão são tecnicamente corretas, mas fazê-las requer muito tempo e os materiais que se utilizam não costumam ser robustos nem duradouros e como tal deterioram-se facilmente, comprometendo assim a segurança dos trabalhadores, além de aumentar o risco de acidente, bem como o tempo e custo de substituição.
Por isso, as impressoras de etiquetas converteram-se em ferramentas essenciais para criar etiquetas profissionais e duradouras para cabos, condutas, caixas de fusíveis e painéis de equipamentos, entre outros.
Para alertar qualquer perigo, é importante escolher etiquetas com cores muito visíveis para cobrir múltiplas aplicações e cuja informação seja o mais clara possível. Além disso, também recomendamos utilizar etiquetas que sejam robustas o suficiente para suportar as condições de ambientes de trabalho mais duros, tais como temperaturas extremas, humidade, abrasão, produtos químicos. Porque quanto mais tempo durarem as etiquetas em bom estado, menor será o risco e não terão que ser substituídas com tanta frequência.
[1]ec.europa.eu (Eurostat): “Estatísticas explicadas – Estatísticas de acidentes de trabalho”, novembro 2020.
[2]europarl.europa.eu: “Pergunta para resposta escrita E-001414/2021”.
[3] Comissão europeia: “Marco do Acordo da UE sobre Segurança e Saúde no Trabalho 2021 – 2027. A Segurança e a Saúde no Trabalho num mundo laboral em transformação”, junho 2021.
[4] Agência Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho / Observatório Europeu de Riscos: “Empregos verdes, novos riscos? Riscos novos e emergentes para a segurança e a saúde no trabalho no setor elétrico (Grupo para o Comité de Diálogo Social Setorial Europeu “Eletricidade”).
[5]Revista Internacional de Investigação Ambiental e Saúde Pública: “Perfis de risco a partir das bases de dados das Estatísticas Europeias de Acidentes de Trabalho (EEAT): A Case Study in Construction Sites”.
[6]oshwiki.eu: “Eletricidade” – (Ivan Božič, Instituto de Segurança Laboral, Eslovénia).
[7]ESENER: "Avaliações de riscos laborais realizadas regularmente, por país, 2014-2019".
[8]Diretiva 89/391/CEE relativa à aplicação de medidas para promover a melhora da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho: Melhoras na segurança e na saúde dos empregados no trabalho”.
[9]Diretiva 89/654/CEE do Conselho da UE: “Requisitos mínimos de segurança e saúde no trabalho”.
[10] Diretiva 92/58/CEE do Conselho da UE: “Requisitos mínimos para a provisão de sinais de segurança e/ou saúde no trabalho”.